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Música, divulgações, diversões, meio ambiente, cultura, divagações e boas conversas. Não necessariamente nessa ordem :-)

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Cantar Baden Powell


Amanhã tem função :-)
E vou fazer um show que adoro, um repertório rico, que me da muito prazer!
Esse show só nos deu alegria, viajamos muito, realizamos muitas coisas e passeamos pelo Brasil! O melhor de tudo é que ele está com o frescor sempre em dia. 






Resolvi então publicar aqui  um texto que escrevi em 2007, quando o CD "Marianna Canta Baden Powell" foi lançado. A sensação de gratidão e a emoção continuam intactas.

Espero que gostem!



CANTAR BADEN POWELL

Lançar um novo trabalho é sempre uma incógnita. É o que gosto de chamar de “tiro no escuro”, aquele que nunca sabemos aonde vai parar. Esse é o grande mistério que movimenta a roda, que está por trás do grande prazer que é a opção de fazer arte na vida. É esse “viver na corda bamba” que me alimenta, essa sensação de que você pode “agradar alguns mas nunca agradar a todos” é que resulta no grande e fascinante desafio de estar sempre buscando algo mais, querendo ampliar a gama de “agradados”.

Estou nesse momento “de parir” um novo “filho” cuja gestação durou mais de um ano, pois a idéia inicial era de um lançamento apenas no mercado japonês, como aconteceu em 2006. Não foi um filho planejado, não foi uma idéia que saiu da minha cabeça, como costumam ser os meus projetos, mas sim um convite abençoado que aceitei de bom grado, com muita honra e prazer.

Eu embarquei na canoa do produtor Kazuo Yoshida, que se tornou um ótimo parceiro de aventura, e que me apareceu com esse disco praticamente todo pronto, com todas as idéias resolvidas e eu apenas complementei e mergulhei sem muitos questionamentos. Então, no final de 2005, topei o desafio sem medir conseqüências, sem grandes planos, sem pensar em futuro. Mas...o povo daqui dessa margem do “Rio”, gostou da brincadeira e começou a por a lenha na fogueira.

Carlos Mills (dono da minha gravadora daqui) comprou o barulho e achou que o disco tinha grandes chances também em águas brasileiras. Ai começaram as negociações com a gravadora do Japão (dona do CD) durante praticamente todo o ano de 2006. Eu já estava caminhando por outras praias, pensando em outros projetos, com a cabeça bem longe de mestre Baden, mas não sem torcer pelas negociações.

E ai, o futuro chegou! Foi tudo tão fácil e orgânico que às vezes me pego assustada...onde será que isso vai parar???

Cantar Baden Powell é hoje o meu grande projeto e meu maior desafio, posto que as maiores vozes brasileiras já encararam essa missão. Mas não quero pensar nisso e nem posso, pois me arrisco a não dar nenhum passo. Quero caminhar muito por essas ricas paisagens que Baden me apresenta a todo instante e correr todos os riscos!

Obrigada mestre Baden por me permitir mergulhar em sua rica obra!
Obrigada Yoshida por me convidar para o mergulho!
Obrigada Carlos Mills por ampliar a rota do barco!
Obrigada Alain Pierre por apontar a direção desse barco!

A todos vocês SARAVÁ!

26 / 05 / 2007






quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ridículos somos nós!


Lendo hoje no jornal O Globo a matéria sobre o livro que reúne as cartas trocadas por Fernando Pessoa e sua única namorada conhecida, Ofélia, me peguei pensando o quanto são interessantes e criativos os ideais e objetivos de certas pessoas, como o casal que arrematou as cartas de Pessoa num leilão e anos depois procurou a família do poeta para comprar as cartas escritas por Ofélia. O colecionador Pedro Corrêa do Lago e sua mulher, a pesquisadora Beatriz Corrêa do Lago, entregaram esse rico material a Richard Zenith, autoridade no que diz respeito a obra do autor (adorei esse nome, por motivos óbvios),  que organizou a correspondência dos enamorados e publicou nesse livro, que se chama: “Fernando Pessoa e Ofélia Queiroz – Correspondência amorosa completa (1919-1935)”.

Acho incríveis as cartas, memórias vivas de pessoas que já não estão por aqui, de uma época, de histórias que podem ser recontadas, como essa do poeta e sua namorada. Sim, me interessam as cartas!

Mas num paralelo rápido com o nosso tempo, moderno e cheio de recursos virtuais, digitais, tecnológicos e quetais, imagino num futuro longínquo os pesquisadores escarafunchando e-mails, cheios de linguagens cifradas e palavras abreviadas em computadores obsoletos e, sinceramente, não acho isso nada poético.

Que mundo estranho esse nosso, pelo menos pra mim, romântica incorrigível que sou, quase parnasiana, antiguinha mesmo. Mas eu não sou parâmetro pra nada, afinal ainda acredito no CD e adoro a vida simples e bucólica do campo, livre da “correria da cidade que arde” e do excesso de informação inútil que nos assola.

Voltando à pesquisa do casal das cartas, gosto de ler sobre esses trabalhos hercúleos de resgate do passado, de preservação da memória. Que bom que ainda existe gente que se importa com isso e vai à luta pra remontar os pedaços de uma época ou de uma história de amor.

O pensamento que me invade, depois de pensar nisso tudo, é: ridículos somos nós, Pessoa, que não mais trocamos cartas de amor! Que mundo pouco inspirador esse nosso.

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NOTA: Fui buscar na internet uma foto da capa do livro e achei essa num blog excelente de uma jornalista chamada Andreia Santana. Recomendo a visita e a leitura de seus textos! Obrigada, Andreia!

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