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Música, divulgações, diversões, meio ambiente, cultura, divagações e boas conversas. Não necessariamente nessa ordem :-)

São Bonitas as Canções




O encontro da cantora Marianna Leporace com a pianista Sheila Zagury se deu em 1999, quando juntas montaram o show e, posterior  CD, com as parcerias para teatro de Edu Lobo e Chico Buarque.
O CD foi lançado de forma independente, em 2000 com sucesso de critica e público e as artistas percorreram um expressivo circuito de shows no Rio de Janeiro e em outros estados, com destaque para o Festival Internacional de Teatro de Curitiba. Também tiveram duas músicas (“Beatriz “ e “Nego Maluco” ) registradas ao vivo durante a temporada no projeto “Compasso Samba e Choro”, realizada no Paço Imperial, e incluídas na série de CDs, de mesmo nome, lançada pelo selo Biscoito Fino.
Agora, doze anos depois, a dupla se junta novamente para o relançamento deste projeto pelo selo Mills Records, retomando então a carreira de sucesso do CD que teve as bênçãos e participações dos autores (Edu Lobo gravou com elas “Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa” e Chico Buarque “Tororó”).  O projeto de lançamento de um DVD comemorativo já está em andamento também com previsão de lançamento para 2013.
“São Bonitas as Canções”, faz um belo passeio musical e teatral pelas parcerias de Edu Lobo e Chico Buarque compostas para espetáculos de teatro e dança como: “O Grande Circo Místico”, “A Dança da Meia Lua” e “O Corsário do Rei”. Em sua retomada, serão incluídas duas músicas do espetáculo “Cambaio” que não existia ainda quando o CD foi lançado em 2000.
O show recebeu a direção cênica de Fernando Sant’Anna, textos e roteiro de Luiz Fernando Vianna e Flavio Loureiro completa a equipe cuidando da identidade visual do trabalho e da produção executiva. Além de Sheila e Marianna, o show recebe as participações especiais de Fernando Leporace (baixo) e Luisinho Sobral (bateria). O espetáculo tem uma hora e 20 minutos de duração e  a classificação etária é livre.
REPERTÓRIO
Na Carreira
O Circo Místico
Meia Noite
Verdadeira Embolada
Nego Maluco
Tororó
Beatriz
A História de Lily Braun
Abandono
Tango de Nancy
Na Ilha de Lia, No Barco de Rosa
Valsa Brasilei
Choro Bandido
Bancarrota Blues
Lábia
Veneta

COM A PALAVRA LUIZ FERNANDO VIANNA (2000)



A obra de Edu Lobo é uma das maiores referências da pianista Sheila Zagury, sendo até peça fundamental de suas pesquisas acadêmicas. Já Marianna Leporace, como toda cantora brasileira com formação dramática (ou atriz com formação musical), tem como referência maior Chico Buarque, inigualável na hora de teatralizar o som ou transformar cena em melodia. Quando Sheila e Marianna resolveram unir teclas e voz num só projeto, o denominador se impôs logo: a parceria Edu Lobo/Chico Buarque. A matéria-prima nem é vastíssima (são menos de 40 músicas), se comparada à de outras duplas da MPB, mas tem duas características absolutamente sedutoras: é toda, de ponta a ponta, belíssima; e, salvo duas canções, é integralmente feita para o palco, o que lhe confere uma teatralidade natural e perfeita para se montar um show ou roteirizar um disco com coesão. Depois de um ano rodando os palcos cariocas, o projeto “São bonitas as canções” virou CD.

       E virou CD com a benção luxuosa de seus dois inspiradores: Edu canta em “Na ilha de lia, no barco de Rosa” e Chico empresta sua voz pela primeira vez a “Tororó”. A participação dos dois coroa um trabalho que sempre teve como medida a suavidade, numa humilde busca pelo “tempo da delicadeza” que Chico traçou numa canção de outra parceria. Quase todas as faixas são nutridas apenas de piano e voz, com algumas ganhando colaborações como o baixo de Fernando Leporace, o sax de Daniela Spielman, a gaita de José Staneck, a bateria de Cacá Colón e a percussão de Mila Schiavo. Estando praticamente mantida a ordem do show, o roteiro permite recortes temáticos como o circo, as mulheres, o mar...

      Não que haja uma história precisa a ser contada, com começo, meio e fim. Mas ao embaralhar os repertórios de “O grande circo místico”, “O corsário do rei” e “Dança da meia-lua” – os três espetáculos que ganharam trilhas de Edu e Chico nos anos 80 - Marianna e Sheila conseguiram, por exemplo, mostrar como a etérea artista de “Beatriz” pode despencar do céu sobre o chão sem estrelas de “A história de Lily Braun”, cujo frágil glamour se transforma em desesperado desabafo no “Tango de Nancy”, que vira lirismo e perplexidade no momento do “Abandono”, cujas lágrimas vão se misturar ao “Tororó”, que deságua em “Na ilha de Lia, no barco de Rosa” e “Meia-noite”, e assim por diante. Os fios que ligam estes personagens e estas músicas são imaginários, é claro, mas é de imaginação e fantasia que está repleta a obra em comum de Edu e Chico, que, mais coerentes do que nunca, agora acabaram de compor para um musical baseado em sonhos.

      São tão fantasiosos e delicados os personagens das músicas, ao mesmo tempo alegres e desamparados, que o show “São bonitas as canções” usa a metáfora do circo – extraída de “O grande circo místico” - para abrigá-los. No disco esta referência não é tão importante, mas ela dá o tom no início com “Na carreira” e “Circo místico”. As acrobacias humanas continuam com as histórias avoadas de “Verdadeira embolada” e “Nego maluco”. Depois de mulheres e mares, dois clássicos da parceria fazem tempos e afetos darem cambalhotas: “Valsa brasileira” e “Choro bandido”, tendo direito na abertura da primeira a uma citação de Ernesto Nazareth. Tudo acaba numa lona financeira e moral, mas com muito humor e ritmo, em “Bancarrota blues”, e renasce ciclicamente das cinzas com uma nova “Na carreira”. No belo encontro de Marianna e Sheila com Edu e Chico, sobra ternura, mas não falta alegria. Como no circo, como no sonho, como na vida.


CLIPPING

Antonio Carlos Miguel - O Globo

Folha Dirigida

Folha do Paraná 

Jornal do Brasil

Tarik de Souza - Jornal do Brasil

Jornal do Commércio

Renata Frade - Jornal Extra

Jornal O Dia

Jornal O Dia 2

Guilherme Godoy - Revista Música Brasileira

O Estado - Florianópolis

O Fluminense

O Povo

O Povo - Fortaleza

João Máximo - O Globo

O Globo

Mônica Loureiro - Tribuna da Imprensa

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